Quando Demolir é Melhor do que Remendar
O complicado de uma ampliação é fazer com que aquilo que já está construído seja preservado ao máximo. Foi com esse princípio que discutimos os estudos antes da definição do projeto, considerando isso também que repensamos algumas decisões durante a obra e era isso que tinha em mente quando começamos a fazer os trabalhos de reforma, adaptação e manutenção das alvenarias que já estavam construídas.
Além do fator custo - não desperdiçar tanto e aproveitar tudo que fosse possível da casa "antiga", tínhamos que respeitar o fator estrutural de todos os pontos em que precisaríamos mexer. Naturalmente chegamos a um conjunto de tarefas que não afetariam a estrutura da casa "antiga" e, dessa maneira, poderíamos arriscar modificações que incluíssem remover paredes por completo.
Porém, antes de ver o resultado final, surge a dúvida: devo botar a parede toda no chão, perder o material empregado nela e começar tudo de novo ou conseguimos adaptar o velho para se encaixar no novo e manter de pé a alvenaria antiga sem que destoe ou comprometa a qualidade do trabalho? É claro que o pensamento em prol da economia pesa muito nesse momento.
Foi nesse sentido de economia que decidimos manter o que fosse possível da parede lateral da casa. Havia revestimento aproveitável pelo lado interno - a área de serviço na configuração nova, havia tijolos em bom estado em grande parte da parede e o trabalho seria elevar o peitoril de uma janela e abrir uma porta. Parecia ser possível fazer uma cirurgia onde cortaríamos alguns "tecidos", enxertaríamos e costuraríamos outros. É, mas nem toda cirurgia é um sucesso.
No post inicial do tema Reforma, já havia mostrado essa parede, antes de qualquer mexida e durante a cirurgia, quando citei que "ao iniciar a abertura do vão, percebemos que esse peso todo iria fazer a parede ruir e decidimos por remover parte da mesma". Pois é, parte. O fato é que, ao fazer a união do novo com essa parte, dado a necessidade de passar hidráulica e elétrica para tanque, máquina de lavar, etc, o resultado que chegamos não era exatamente o que esperávamos. A qualidade não ficou em acordo com o restante da casa - tudo novo e bem construído.
Com grande parte disso executado, a aparência incomodava e o resultado final não foi aceito. Especialmente porque alguns tijolos antigos racharam durante os trabalhos, uma vez que qualquer batida, emprego de talhadeira ou excesso de peso, faz esse tijolo não cozido rachar. Até poderia trocar os espelhos dos tijolos, mas pelo lado interno a organização da hidráulica não ficou adequada. Decidi então pedir que removessem tudo, todo o trabalho novo e também tudo que fosse possível da parte velha. Seria um passo atrás, seria como remover toda aquela parede, para voltar a construí-la do zero. Melhor assim do que conviver com algo que causasse arrependimento, lembrando sempre que o custo para ter feito direito não era tão alto.
Essa é mais uma implicação da reforma em casas com tijolo solo-cimento (ecológico). Não é raro chegar a conclusão de que é melhor desfazer grande parte, do que fazer um pequeno remendo. Em sendo tijolo aparente, pode acontecer de não chegar em um resultado adequado e o fator economia acaba não compensando.
O resultado do retrabalho foi esse:
O que havíamos mantido, precisou ser removido. Como foi feita uma coluna no canto da casa, como se pode ver no extremo direito da imagem, não havia implicações estruturais na remoção da parede |
Acabou restando apenas 4 ou 5 fiadas inferiores da parede antiga. Do vão da nova porta até a coluna, praticamente tudo novo |
O acabamento do tijolo de 25 cm é realmente bem melhor do que o novo de 30 cm |
Em elevação para atingir a altura do oitão |
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