quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Pausa Na Obra

Previsto, Mas Não Desejado


A exceção de uma minoria que possui recursos suficientes para construir de ponta a ponta sem interrupções ou dificuldades financeiras, a maioria das pessoas que se propõem a construir tem que lidar com a escassez de recursos em algum momento da obra. O momento mais comum disso acontecer é a fase do acabamento, com certeza.

Nessa fase os custos sobem muito, dado que existem muitas opções a cerca de todo tipo de item do acabamento, nos mais variados preços. Além disso, já há o desgaste financeiro todo das etapas anteriores, o que te faz chegar no acabamento sem "fôlego" para continuar no mesmo ritmo. Como nesse momento - nos itens que vão valorizar todo o esforço até então, além de conferir qualidade, usabilidade e beleza - você não vai querer optar por algo que não te satisfaça plenamente, acaba-se diante de orçamentos assustadores e impactantes.

Meus amigos costumam brincar que, no tema gastos com casa/moradia, há patamares diferentes de valores mínimos dos investimentos para se fazer algo. Depois de comprar uma casa, tudo que se vá fazer, tem preço mínimo R$ 1.000,00. Uma reforma mínima, refazer um revestimento de uma área pequena, um trecho de calçamento, elevar 1 fiada do muro, mudar a cor do portão, plantar grama naquele pedaço minúsculo do jardim, etc, "é mil reais". Quando você se propõem a começar um projeto de construção ou ampliação, aí o valor unitário sobe para R$ 5.000,00. Para se realizar um estudo, preparar o solo, comprar materiais básicos, etc, "é cinco mil reais". Durante a obra, já evidenciei que a coisa aumenta ainda mais, duplicando o último patamar. Ao se fazer uma fundação, revestir o contrapiso, terraplanar algo, adquirir o madeiramento, etc, "é dez mil reais". Esse é o patamar agora, na fase de acabamento. Quase nada tem preço inferior a R$ 5.000,00 e não raro, o custo total de determinado serviço individualizado, incluso material e MO, chega nos R$ 10.000,00.

Diante desse cenário e com os recursos zerados devido aos investimentos feitos até então, nos vimos obrigados a pausar a obra para retomar o fôlego. Não é das decisões mais fáceis, pois vai contra nossa necessidade, ansiedade e nossos planos. Eu particularmente, já tinha em mente que isso pudesse vir a ser necessário, tendo em vista que nosso planejamento financeiro era apertado e nos daria condições de concluir a obra bruta - alvenaria pronta, casa coberta, sem nenhum acabamento. Mas é difícil aceitar uma paralisação dessas diante de toda evolução experimentada até então e contra o desejo latente de ver nosso projeto acabado e pronto para uso.

O que nos conforta é que chegamos no porto seguro que é a casa coberta, ou seja, nada do que foi feito será perdido e a paralisação temporária não vai implicar em prejuízos, novos custos ou danos ao que já está lá. Temos que reconhecer também que fomos longe o bastante em nosso projeto, uma vez que superamos bem alterações nas previsões de custo, conseguimos investir em itens primordiais e de boa qualidade e temos a impressão que o pior já passou. Por maior que seja a dificuldade financeira nessa fase de acabamento, a parte mais desafiadora do projeto foi ultrapassada e concluída com louvor, o que serve de incentivo para continuar se dedicando.

Dessa forma nobres colegas, não nos deixemos abater pela necessidade de se pausar o andamento e ter um tempo para rever a estratégia para os próximos passos. É comprovadamente um ato sadio e inteligente, uma vez que a fórceps, a qualquer custo, certamente não conseguiríamos realizar o acabamento com qualidade e segurança para não botar tudo a perder e prejudicar o resultado final.

Enquanto isso, quem toma conta do local e desfruta do ambiente, é o nosso velho amigo sr. Sapo. Ele sim não está esquentando a cabeça com nada disso e passa a imagem de tranquilidade e serenidade para enfrentar os desafios a seguir.

"Para mim, está ótimo assim!"


O Blog Solo-Cimento reduz assim o ritmo de suas postagens, mas não deixa de continuar trazendo detalhes a cerca de nossa lida e dos aspectos da construção utilizando tijolo solo-cimento (ecológico). Como diria um ex-presidente qualquer: "a luta continua companheiro".




Nenhum comentário:

Postar um comentário