Implicações da Construção Modular
Se ao mesmo tempo em que se faz necessário um projeto hidráulico/elétrico completo e detalhado desde o início da obra, por outro lado há uma facilidade maior de se instalar a tubulação durante a evolução da alvenaria. Não há margem para erro, mas também não tem muito espaço disponível para errar. A tubulação só tem um local para passar, o furo do tijolo, logo prumadas, registros, conexões de sifão e caixas de luz também vão estar nessa posição, o que de certa forma deixa bem claro e definido o que deve ser feito, gerando menos trabalho por não haver quebra-quebra e preenchimento com massa para fixar tudo na parede.
Mas claro, nem tudo são flores. Pode ser que registros fiquem além da profundidade mínima na parede, seja necessário utilizar mais conexões do tipo luva para "sair" de dentro do tijolo facilitando conexões de sifão ou torneiras ou ainda uma caixinha de luz 4x4 pode acabar inviável pelo recorte necessário. Tudo isso aconteceu na minha obra. O que citei da falta de padronização dos tijolos talvez tenha parte da culpa nisso.
A falta de padronização não facilita também para os fabricantes de materiais hidráulicos e elétricos produzirem produtos que atendam a necessidade dessas obras estruturais e modulares usando tijolo solo-cimento (ecológico). Não encontrei de fato nada realmente direcionado isso e que resolvesse esses problemas acima. Existem prolongadores para registros, foi possível utilizar luvas antes dos adaptadores roscáveis das saídas de água quente e fria, deixamos as caixinhas 4x4 de lado, travamos as conexões dos sifões dentro do vão do tijolo para facilitar depois, etc. São coisas que certamente vão aparecer e terão de ser resolvidas "durante o voo".
Outro problema que "apareceu", foi uma decisão arbitrária que o empreiteiro tinha tomado, fugindo do projeto. Decidiu por ele mesmo que toda hidráulica quente e fria viria de cima, o que a princípio eu não via problema, exceto por não ter sido consultado e mesmo assim já haviam 5 fiadas assentadas assumindo isso como verdade. Resultado: quando o engenheiro foi conferir a obra sobrou carcada para todo lado - com razão diga-se de passagem. E lá se foi correr atrás do prejuízo, quebrando os tijolos da primeira fiada para prender os joelhos das tubulações que passariam pela parede. Não fiquei nada satisfeito com isso, mas realmente passar pelo piso é melhor, uma porque reduz a quantidade de tubulação na parede - situação melhor para manutenção, bem como deixa mais simples a distribuição sem que seja necessário usar mais canaleta para sair passando cano horizontalmente na parede. Imagine descer com a prumada do banheiro, passar por um registro, distribuir no misturador do chuveiro, correr para a pia, ducha higiênica, vaso sanitário, etc. Ia existir cano corrento em todo perímetro do banheiro!
Por isso a necessidade de se respeitar o projeto e claro, ter um projeto bem pensado e elaborado.
O resultado foi esse:
Pia da Cozinha |
O jeito certo de assentar a primeira fiada com hidráulica no contrapiso |
Suíte Master - Vaso sanitário e Box |
Suite Master - Pia com duas cubas |
Detalhe do misturador e registros |
Exemplo da conexão do sifão que ficou embutida |
Banheiro Social |
Enfim, erros acontecem em qualquer lugar, não seria diferente numa obra que é um projeto bem complexo. Vale até um post a parte sobre os erros que aconteceram até agora na minha obra. A seguir, cenas do próximo capítulo.
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